Identificando a depressão: sintomas além da tristeza
Você sabia que a depressão pode ir muito além da tristeza? Descubra os sinais da depressão e entenda como identificar o problema.
AUTOCUIDADODEPRESSÃO
Felipe Almada
8/21/20252 min read


Quando pensamos em depressão, a primeira imagem que vem à mente costuma ser alguém triste, chorando ou sem vontade de sair da cama. Mas a realidade clínica mostra que nem sempre é assim. Muitas pessoas vivem o que chamamos de “depressão silenciosa”: quadros em que os sintomas vão muito além da tristeza e podem passar despercebidos por familiares, colegas de trabalho (e até pela própria pessoa).
Essa forma de manifestação pode ser perigosa justamente porque não se encaixa no estereótipo clássico da depressão. Reconhecer esses sinais é o primeiro passo para buscar ajuda e evitar que o sofrimento se agrave.
O que é a depressão silenciosa?
A “depressão silenciosa” não é um diagnóstico oficial no DSM-5-TR (versão mais recente do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, que é produzido pela Associação Americana de Psiquiatria - APA), mas um termo popular para descrever casos em que os sintomas aparecem de forma menos óbvia. O indivíduo pode até manter a rotina, ir ao trabalho, interagir com outras pessoas, mas sente um "peso" constante por dentro.
Esse quadro se aproxima, muitas vezes, do que a literatura descreve como transtorno depressivo persistente (distimia), quando o individuo tem uma depressão que se tornou crônica e se estende ao longo de meses ou até anos!
Sintomas além da tristeza
A depressão silenciosa pode se manifestar por sinais que não necessariamente remetem à “tristeza” clássica, como:
Perda de interesse em atividades antes prazerosas.
Cansaço e falta de energia persistente, mesmo após descanso adequado.
Alterações no sono (insônia ou sono excessivo).
Dificuldade de concentração e memória, impactando desempenho no trabalho ou nos estudos.
Irritabilidade e impaciência, muitas vezes confundidas com “gênio forte”.
Sintomas físicos sem causa médica clara, como dores de cabeça, problemas gastrointestinais ou dores musculares.
Autocrítica excessiva, pensamentos de inutilidade ou culpa.
Esses sinais podem estar presentes em graus variados, mas quando se tornam constantes e afetam a vida da pessoa, é um alerta.
Por que é tão difícil identificar?
Um dos motivos é o estigma. Muitos acreditam que admitir sofrimento é sinal de fraqueza, e aprendem a mascarar sinais emocionais. Além disso, sintomas físicos ou de irritabilidade costumam ser atribuídos a cansaço, estresse ou personalidade, e não à depressão.
Outro fator é a próprio senso comum: como associamos depressão apenas à tristeza, quem não se encaixa nesse retrato acha que “não pode estar deprimido”. Na clínica, já atendi pessoas que chegavam dizendo ‘não estou triste, só cansado’, mas ao investigarmos, descobrimos um quadro depressivo por trás.
Esse pode ser o caso de um profissional que cumpre prazos e participa de reuniões, mas chega em casa e sente um vazio profundo. Ou de um estudante que tira boas notas, mas passa noites em claro com insônia e pensamentos de autocrítica. E ainda de um pai de família que raramente chora, mas está sempre irritado, sem energia e distante dos filhos.
Conclusão
A depressão silenciosa é um lembrete de que a saúde mental vai muito além de rótulos. Nem toda depressão é visível, mas todo sofrimento merece atenção. Reconhecer sinais além da tristeza é fundamental para buscar ajuda adequada e iniciar um processo de cuidado individualizado, baseado em evidências científicas e acolhimento.
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